terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A queda de Arcádia - Capítulo 6

  Saudações, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A Queda de Arcádia.
  Se você não conhece o projeto, clique aqui para mais informações.


6. O rei e o bastardo

 - Rastler, por favor, fique. - Falou o tio em seu tom fraco e cansado, enquanto dispensava os senhores presentes na sala do trono, fossem eles grandes ou pequenos.
Esperava por algo assim. Sequer por um minuto acreditou que o Rei deixaria seu retorno passar despercebido. Depois do desastre que fora o reencontro com Jeren, ao menos era bom rever sua família. Fora testemunha dos juramentos dos senhores do rio, assim como os outros senhores de Rasíris que também estavam presentes perante o Trono da Estrela Cadente. Um a um, todos se retiraram. O príncipe negro foi o primeiro a sair, seguido pelos seus generais e capitães, todos representantes de importantes casas em Arcádia. Lucian sequer trocou meia palavra com seu irmão. O herdeiro do trono tinha seu próprio séquito, e entre eles encontrava-se o irmão de Rastler, Victor. Sir Victor, e é bom que eu me acostume com isso. Nos quinze anos em que Rastler esteve nas terras do além leste, o pequeno Victor cresceu e se tornou um honrado cavaleiro. Haviam se encontrado brevemente após a batalha da Vigia do Leste, mas na ocasião o retorno de Rastler era demasiado recente para que recebesse a devida confiança dos Arcadianos.



Rastler também não pôde deixar de notar que tinha muitos primos. Vários deles eram cavaleiros agora. Darius agora fazia parte da Ordem, e servia sob sir Zemerick. Ambos eram filhos de sua tia Taliryen, a voz por trás da igreja. Já os gêmeos Christopher e Ronald, de seu já falecido tio Tames, lutavam na armada de Ricard.
O conselho do Rei também deixou a sala do trono, exceto por Lorde Theovan.
- Theovan, pode se retirar também. Não há perigo aqui.
- Eu insisto, Vossa Majestade. - Sua voz era clara e forte. O que faltava de saúde ao rei, sobrava ao Lorde. Theovan de Rasíris chegaria aos cinquenta em breve, e forte como um touro, sempre trajando armadura e trazendo uma espada longa às costas.
- Ora, querido irmão. - Rei Teobald estava fraco demais. Muito mais do que Rastler sequer imaginara. - É meu melhor protetor e amigo. Mas o mais teimoso de todos. Rastler não será capaz de fazer-me nenhum mal. Duvido que você acredite nisto.
Não era sábio discutir com o rei, então o lorde não teve outra escolha a não ser sair. Mas quando o fez lançou a Rastler um olhar fulminante, daqueles que descem pela espinha cortando todas as terminações nervosas. Theovan, o Implacável. Senhor da Estrela Caída e Primeiro General de Arcádia. Comandante da Guarda do Rei.
E meu pai.
Quando finalmente estavam sozinhos, O rei o chamou:
- Rastler, meu querido sobrinho. Chegue mais perto e abrace este velho saco de ossos.
Fez o que lhe foi solicitado, emocionado. Tio, olhe só para você. Abraçou o velho com receio de quebrar-lhe algum osso.
- Empurre-me até os jardins, por favor. - E Rastler pôs-se a empurrar a cadeira de rodas. O tio continuou: - Alegra-me e muito saber que tenha voltado. Para ficar, espero.
- Acertou. - Devia uma explicação ao tio, e sabia disto. - Cansei da vida de mercenário. Arcádia é o meu lar.
- Não sabe como é bom ouvir isto. - Deu-lhe um sorriso doloroso. - Conte-me tudo, Rastler. Quero saber todos os detalhes da sua aventura no leste.
- Não há muito o que contar, tio. Acredite em mim.
- Não acho que seja bem assim. Um escudeiro rebelde abandona tudo o que tem e foge. Quinze anos depois retorna à frente de um exército próprio. Não é algo que o rei de Arcádia deva ignorar.
- Desculpe desapontá-lo, tio, mas não tenho exército algum. Trata-se de uma pequena tropa, com não mais de trezentos homens.
- Os bastardos sangrentos, eu sei. Meus informantes no leste têm muito a dizer sobre essa sua tropa.
- Com todo o respeito, senhor. - Era difícil de acreditar. - Esteve me espionando?
- Não seja tão ingênuo, meu querido sobrinho. Posso estar morrendo nesta cadeira, mas tenho olhos e ouvidos por todo o continente, à exceção é claro do povo das terras da noite. – O tio esforçava-se para falar. - Ouvi muito sobre os feitos de sua companhia, e confesso que me decepcionei quando soube do seu contrato com o imperador de Iskarish.
- Perdoe-me por isso, tio. - Sentiu um pouco de vergonha. - Aquele contrato era a minha passagem de volta à Arcádia.
- Agora entendo. E agradeço-lhe do fundo de meu coração. Ricard poderia estar morto a essa altura.
- Engraçado... - Rastler deu um breve sorriso. - Pensei que diria algo sobre valor e honra.
- Não me entenda mal, não houve honra alguma no que fez. Mas, falando-lhe como o rei que sou, devo dizer-lhe que a honra não vence todas as batalhas, não importa o que os mais valorosos cavaleiros digam. - O tio lançou-lhe um olhar melancólico: - Ricard me informou que dois dos filhos do Imperador pereceram no seu assalto.
- Os dois mais velhos. O primogênito era o general. O segundo era comandante da cavalaria. Havia mais um, o quarto ou quinto filho, mas este escapou.
- Lembro como se fosse ontem, quando o imperador Caius enviou-me a cabeça de meu pai dentro de um saco. - Sua voz agora estava levemente trêmula. - Era um bom homem, mas um rei fraco. Jurei pelo meu sangue real que o faria pagar, que unificaria todo o continente sob minha bandeira.
Fez uma pausa, na qual Rastler pode ver toda a sua dor.
- A morte de seus filhos não teve o gosto que eu imaginava. Tudo o que consigo sentir é pena dele.
- Desculpe, tio. - Rastler estava confuso. - Sente pena do homem que matou seu pai?
- Sim. Nenhum pai deve viver mais que os filhos. Os novos devem sepultar os velhos, é assim que os deuses nos ensinaram. Até mesmo seu pai é capaz de compreender isto. Não acha que já é tempo de vocês acertarem as diferenças?
Aquilo o pegara de surpresa.
- Meu pai me deserdou. Há quem diga que não sou digno do nome que carrego.
- Bobagem. Seu nome é Rastler de Rasíris, sempre foi e sempre será. A herança de seu pai pertence a Victor agora, mas você sempre será o filho mais velho.
- Mas...
- Não discuta, Rastler. A doença levou-me tudo o que eu tinha, a não ser a minha coroa e a minha inteligência. Olho para o seu pai todos os dias nos últimos quinze anos, e vejo que a cada dia seu olhar tem menos brilho. Ele sempre sentiu sua falta, mas é teimoso demais para admitir.
- Também senti falta dele, todos os dias em que estive fora. - E de Jeren. E de Lucian, Godrick, Sir Trebane, Lorde Laurent e muitos outros. - Por isso voltei. E por isso quero ficar.
- Ouça com atenção, querido sobrinho. Uma família sem afeto se desfará em pedaços como uma espada mal temperada. Já uma família unida resistirá por incontáveis batalhas. Pai, mãe, irmãos e irmãs foram feitos para a paz. Guardemos as guerras para os inimigos além de nossas fronteiras. Ouça meu conselho.
- Guardarei estas palavras, tio. Obrigado.
- Não. Quem deve agradecer sou eu. Obrigado por escutar um velho pobre coitado.
Rastler se emocionou. Empurrava o tio pelos jardins do castelo. Está péssimo. Quinze anos atrás ele ainda caminhava. Ainda tinha cor nos cabelos. Os deuses são mesmo tiranos cruéis. A febre rubra tirara-lhe sua amada rainha, o filho mais jovem e a saúde.
A febre rubra tratava-se de uma praga que assolara Arcádia doze anos atrás. Magos eram permitidos no reino, e possuíam um grande laboratório na costa do mar, a meio dia de cavalgada da Vigia de Karam. Não se tem certeza sobre o que aconteceu, mas um poder destrutivo sem igual fugiu do controle dos magos pesquisadores. A rainha estava na Vigia com seu filho mais novo quando o pânico e o caos tomaram conta da cidade. Centenas morreram no primeiro dia, com sangramento pelos olhos, nariz e boca. O pequeno príncipe Jared faleceu antes do pôr do sol. Os magos de Lorde Egbert de Karan nada puderam fazer frente a praga avassaladora.
O número de mortes só se fez aumentar, dia após dia. A igreja culpava ao rei, que permitia o estudo indiscriminado da magia, que vai contra os ensinamentos milenares dos deuses do céu. Teobald de Rasíris, que estava em campanha nas fronteiras do leste, decidiu retornar imediatamente. Chegou duas semanas após a tragédia, apenas para encontrar morte e desolação. A vigia de Karan estava deserta, os sobreviventes haviam sido evacuados para Costamar. Magos vinham de todo o reino para ajudar a conter a peste e impedir que se espalhasse. Levou um mês para que a doença fosse erradicada, e já haviam relatos de casos na Vigia de Saron, Vilanorte e até mesmo Pedra das Estrelas. O próprio Rei contraiu a doença, mas foi medicado a tempo. Sua rainha não teve a mesma sorte: Morreu na cama, duas semanas antes do antídoto ser descoberto.
O antídoto foi descoberto, e não pelos magos. Mas sim pelos Astromantes da Ordem do Céu. Com a resolução do problema pela mão da igreja, o próprio rei foi forçado a tomar medidas mais religiosas. Dali em diante, qualquer manifestação mágica em Arcádia seria considerada crime capital, e a pena para o usuário de magia seria morte na fogueira.
E desde então a saúde de Teobald de Rasíris foi de mal a pior. Tudo o que Rastler poderia sentir ao lado do tio era pena. Um homem que teve tudo, mas também perdera tudo. Será essa a sina de um Rei?
- Rastler, receio ter de pedir-lhe um último favor. - O velho fitava os jardins, sua voz chorosa.
- O que quiser, tio, basta pedir.
- Sabe que não serei rei por muito tempo. Pretendo entregar a coroa ao final desta semana. Acho que posso fazer um bom proveito de seu retorno.
- Ricard será um bom rei. - O que ele está querendo? - E Lucian um ótimo conselheiro, tenho certeza.
- Não. - O tom de voz do tio tornou-se firme e obscuro, abandonando toda a fraqueza de instantes atrás. - Temo pelo reinado de Ricard. Ele precisará de homens em quem possa confiar para ajudá-lo a governar. E está muito difícil encontrar esses homens.
- O que está dizendo, senhor? - Rastler não podia acreditar. Estaria o rei suspeitando da fidelidade de Lucian para com o irmão mais velho? Não perguntaria isso ao Rei, fraco como este estava. Poderia matá-lo pelo coração.
- Sabe do que estou falando, querido sobrinho. Com certeza deve ter notado algo diferente em Lucian desde seu retorno.
Abriu a boca para falar, mas fechou-a imediatamente. Realmente havia algo errado. Toda aquela frieza não poderia ser normal.
- Lucian mudou desde que partiu, Rastler. E receio que eu mesmo seja a causa da loucura dele. - Parou e respirou fundo. - Oh, Rastler, peço apenas que perdoe este velho pelos erros cometidos.
- Erros? Mas do que o senhor está falando? - Pensara que vira de tudo nas terras do leste, e agora se dava conta de que não poderia estar mais enganado. Um rei pedindo-me desculpas? Não apenas um rei, mas o Rei de Arcádia. O que falta agora, um maldito bastardo ser coroado para reinar o continente?
- Sabe muito bem do que estou falando, por isso falarei sem mais rodeios. O maior erro que cometi foi o casamento de Lucian com a filha de Lago Mardul.
Um soco no estômago. Jamais esperara voltar do exílio para ouvir isto da boca do próprio rei.
- Perdoe-me por descordar, senhor... - As palavaras vinham com dificuldade. - Tenho certeza de que Jeren é uma ótima esposa.
- Mas não para Lucian, não é?
Não. É claro que não, seu velho maldito. Estaria melhor ao meu lado.
- Julga-me por tolo. Mas como disse-lhe antes, ainda tenho minha inteligência. Percebi de imediato o motivo de sua fuga. É uma pena que tenha sido tarde demais.
Velho, que vontade de esfaqueá-lo. A ferida estava se fechando, e você trata de espetá-la.
O sangue jorra novamente.
- Pela sua reação, vejo que eu não poderia estar mais correto. - Tossiu e gemeu de dor. - E é por isso que peço-lhe perdão. Se eu soubesse de suas intenções, poderia ter impedido esse mal entendido.
Claro. Pouparia não só a mim desse sofrimento, mas também Jeren. E talvez não tivese um filho louco. Mas não havia como olhar para o tio e não sentir pena ao invés de rancor. Afinal, quem seria Rastler para negar o perdão àquele pobre coitado?
- O que está feito está feito, tio. Não adianta chorar. - Encarou o velho e, pela primeira vez na conversa, sentiu-se igual ao tio. - Voltei porque julguei que já estava na hora de superar isto. Não se preocupe em pedir perdão, jamais culparia o senhor.
- Obrigado, Rastler.
- Não por isso, majestade. - Desejava mais do que tudo mudar de assunto. - Deixou-me confuso, senhor. Se me permite perguntar, o que exatamente teme para o reinado de Ricard?
- Não existe amor entre os meus filhos, essa é a verdade. Você os viu hoje. Sequer se falaram. Lucian sente inveja de Ricard.
Isso era verdade. Não havia sequer o menor grau de amizade entre os dois.
- Mesmo assim, não acho que traição seja algo a ser temido. - Parou e pensou um pouco. – Além do mais, Lucian não tem forças o suficiente para superar Ricard. A coroa tem o apoio da igreja. Têm sido assim por séculos.
- Temo que não por muito tempo. Minha irmã Taliryen comanda a igeja, e seu filho Zemerick comanda o exército dos templários. – Fez uma breve pausa. – Um exército grande demais, na minha opinião.
- Zemerick é um homem santo, segundo os boatos que ouvi. – O que não significa nada, sentiu-se tentado a dizer. Em seu exílio, Rastler vira e presenciara diversas crenças. Em sua opinião, todas elas não passavam de uma forma de controle, uma medida para impor a vontade de poucos sobre os demais. – E, além disso, estão empenhados na guerra contra o povo da noite.
- Exato. Empenhados muito além da conta. O exército dos templários triplicou nos últimos dois anos. Entende o que quero dizer?
- Entendo. O senhor teme que a igreja possa tentar tomar a coroa. - Puxou na memória um pouco da história de Arcádia. Desde sua infância havia um assunto nebuloso, apenas sussurrado. Atreveu-se: - Taliryen pensa que tem direito à coroa. Estou certo?
- Ela tem. – Admitiu o tio, triste. – Sempre o teve. Rastler, se na época de minha coroação eu tivesse sequer imaginado o que essa coroa me reservaria, eu a teria negado. Fui iludido como um pobre tolo. Por sorte tive homens competentes ao meu lado para ajudar-me. Seu pai foi um deles.
- O senhor sempre fez o que era melhor para o reino. - Rastler conhecia parte da história. O império de Iskarish avançava em sua conquista, aproximando-se das fronteiras de Arcádia. O imperador, vendo a dificuldade de subjugar os arcadianos e os homens da floresta de Éramon, convocou uma reunião sob a bandeira da paz, para negociar.
Mas tudo não passava de uma emboscada. Tanto o rei de Arcádia quanto o rei da floresta tiveram suas cabeças cortadas, e o imperador enviou-as de volta, sob a ameaça de aniquilação.
A então herdeira de Arcádia, a princesa Taliryen, reuniu todos os vassalos e procurou uma alternativa pacífica para o conflito, pois Arcádia não tinha poder para se opor diretamente a Iskarish. Mas nem sua grande sabedoria foi o suficiente para apaziguar os mais leais súditos de seu pai. Assim, os três filhos mais jovens do rei partiram para a guerra com todas as espadas e lanças que puderam reunir. Graças a uma aliança com os homens da floresta, os arcadianos foram capazes de expulsar as tropas imperiais de suas fronteiras numa série de conflitos que ficou conhecida com a guerra dos três príncipes.
Quando as forças arcadianas retornaram para casa, o conselho real apontou Teobald de Rasíris como o novo rei de Arcádia, ao passo que a princesa Taliryen e suas propostas de paz eram encaradas como uma afronta à memória do antigo rei. Tais fatos mergulharam Arcádia numa breve guerra civil, que terminou com a vitória de Teobald.
No entanto, o novo rei poupou a irmã. Depois disso, a princesa Taliryen dedicou-se unicamente aos estudos da fé e à administração da igreja dos herdeiros do céu.
Rastler sempre se perguntava o que teria acontecido se Taliryen tivesse sido coroada rainha. Provavelmente Arcadia estaria juramentada ao imperador Caius.
- Mesmo assim, todo cuidado é pouco. – O rei despertou-o de seus devaneios. – Eu usurpei o trono de minha irmã, e temo que ela possa não ter se esquecido. Mas a igreja não me preocupa tanto quanto a questão de Lucian.
Lá vamos nós de novo.
- Rastler, deixe-me perguntar uma coisa. Confiaria sua vida a Lucian?
- Sim. - Já não sei mais. - Somos como irmãos. Crescemos juntos e...
- Poupe-me de seu sentimentalismo. - O rei parecia estar perdendo a paciência. - Pelos deuses, Rastler, você esteve em campanha com ele. Viu o tamanho de sua tropa?
- Sim, senhor. As tropas negras são implacáveis.
- Não há como negar que ele juntou sua própria armada. Todos os seus capitães lhe são extremamente leais. E aquele garoto Mardul é o pior de todos. Foi a pior companhia possível para Lucian.
Rastler era obrigado a concordar. Leonard Mardul era um perdedor de primeira classe. Maldito arrogante, que não é nada sem o nome de seu pai.
- Não se esqueça, ainda, de que os Mardul foram conquistados há míseros vinte e dois anos. Talvez lorde Leonard ainda tenha espranças de ser rei.
- Acha que ele pode ter influenciado Lucian.
- Tudo é possível, meu caro sobrinho. Um tolo vê amigos em cada sombra, enquanto um sábio vê inimigos armados. - Fez uma breve pausa. - É aí que entra o favor que lhe pedirei.
Seu coração acelerou. O que o rei pediria? E a mim?
- Será conselheiro militar e primeiro general de Ricard depois da coroação. Tenho esperança de que sua amizade com Lucian possa aproximar meus dois filhos. Todos os assuntos de natureza militar serão discutidos com você, e apenas o rei terá autoridade sobre a sua. A igreja terá de lhe prestar respeito, assim como a tropa de Lucian. - Parou por alguns segundos, respirava com dificuldade. - Você lidera mercenários, então acredito que será uma tarefa fácil, não?
- Senhor, desculpe a grosseria... - Não sabia o que dizer. - Mas receio que Ricard queira escolher seus próprios conselheiros.
- E ele escolheu. Todas a s cartas dele nos últimos meses mencionam você. Sua bravura, sua habilidade de liderança. Sua paixão pela batalha. E sua lealdade pelo reino. Ricard o escolheu, dentre todos os outros.
Ainda não sabia o que dizer. Esperava por uma recompensa do rei. Um punhado de terra e alguns camponeses para plantar e colher.
Ao invés disso receberia os exércitos do reino.














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