terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Resenha - Pequenos Deuses

Saudações, estimados aprendizes! Hoje vamos falar do livro Pequenos Deuses, da série discworld.





Título: Pequenos Deuses

Série: Discworld - 13

Autor: Terry Prattchet

Editora: Bertrand Brasil

Nº de páginas: 305


Sinopse:

  Religião é um assunto controverso no Discworld. Todo mundo tem sua própria opinião e até seus próprios deuses, que podem ser de todas as formas e tamanhos. Nesse ambiente tão competitivo, as divindades precisam marcar presença. E a melhor maneira de fazer isso certamente não é assumindo a forma de uma tartaruga. Nessas situações, você precisa, e rápido, de um assistente. De preferência alguém que não faça muitas perguntas...

Resenha:

  Pequenos deuses é o décimo terceiro livro da série discworld (postagem sobre a série e autor em breve!), mas calma, não precisa se assustar. Cada livro da série trata de um assunto diferente, com enredo e personagens distintos. Sendo assim, você pode lê-lo sem a preocupação de ter perdido alguma coisa.

  Para quem não conhece discworld, um breve resumo. Trata-se de uma série de livros que satiriza grandes autores como J.R.R. Tolkien, H.P. Lovecraft, Robert E. Howard, William Shakespeare e Charles Dickens; Além disso, Terry Prattchet sempre foi famoso por trazer para seu mundo de fantasia críticas sociais bem contemporâneas. Você verá mitologia e contos de fada entrelaçados à política, fanatismo religioso, rock'n roll, leis trabalhistas, cinema, racismo, sociedades secretas, artimanhas e etc. 

  Voltando ao livro em si, Pequenos Deuses narra a história do grande Deus Om (chifres sagrados) e sua relação com Brutha, o Escolhido. Como pano de fundo da trama temos a intolerante e opressora igreja omniana, um culto monoteísta que está sempre disposto a espalhar sua fé (na força, se preciso).
  Brutha é um noviço da cidadela de Omnia. É, acima de tudo, um rapaz simplório. Possui certa dificuldade de aprendizado (não sabe ler nem escrever), mas uma fé cega nos ensinamentos da igreja. Dotado de uma espetacular memória (ele sabe de cor o conteúdo de TODOS os livros sagrados, mesmo tendo apenas os ouvido), seus problemas começam quando uma voz começa a chamar por ele enquanto trabalha na horta de melões.
  Apavorado por acreditar estar sendo seduzido por demônios, descobre que o dono da voz não passa de uma infeliz tartaruguinha resmungona.
  Tartaruguinha essa que revela ser o Grande Deus Om.
  Om é um personagem incrível. Foi o principal motivo de risadas das primeiras cem páginas. Pouco acostumado com sua nova forma, ele distribui maldições a torto e a direito, e se enfurece mais ainda quando vê que não funcionam.
  Brutha, no início, não acredita. Mas ele é o único que consegue falar com a tartaruga. Talvez isso queira dizer alguma coisa...

  Dentre outros personagens interessantes podemos destacar Vorbis, chefe da Quisição. Um dos vilões da história, ele é um homem vil cuja mente tem o formato de uma bola de ferro (segundo o próprio Deus). Vorbis é inescrupuloso e cruel, e não mede esforços para que as vontades de seu Deus (ou as dele mesmo) sejam cumpridas.

  Há ainda os filósofos efebianos Didátilos e Urn, o irmão Nhumrod (e as vozes que o atormentam), o sargento Simony e toda uma série de personagens que parecem desmiolados, mas são mais parecidos com nós do que queremos acreditar. Os personagens de discworld são assim mesmo.

  E como não podia deixar de ser, Morte também faz sua aparição. Várias aparições, na verdade, quando um personagem vai, digamos, para um lugar melhor. Essas aparições, embora breves, são sempre engraçadas, além de uma marca registrada do brilhantismo do mundo inventado por Prattchet.

  A narrativa, no geral, é uma sátira muito bem planejada sobre a religião institucionalizada e os problemas gerados quando a instituição se torna maior do que seu Deus. Terry Prattchet foi o maior mestre no que se trata de arrancar risadas da página, seja com uma piada descompromissada e superficial ou com uma forte crítica à nossa sociedade.


Sobre a edição:





  A capa do livro é muito bonita, ressaltando bem o lado mais cômica da história. A diagramação é bem feita, e a fonte não cansa os olhos. Você não vai sentir vontade de largar o livro.
  A editora Bertrand Brasil merece os parabéns. A série discworld, embora um sucesso em diversos países, ainda é pouco conhecida em território nacional. Trazer essa preciosidade para nós, numa época em que nossas livrarias estão atoladas num lodaçal de livros ruins, é um trabalho digno de nota.








  Para finalizar, o livro é ótimo. Tem a capacidade de divertir e fazer pensar, mesmo se você não conhece a série. Se for o caso, procure conhecer a obra de Terry Prattchet. Você não vai se arrepender.

2 comentários:

  1. Se não me engano, há um conto japonês que possui essa mesma storyline. Não consegui encontrar nem lembrar o nome. Mas claro, Prattchet deve ter feito um ótimo trabalho. Gosto de autores que fazem críticas a nossa sociedade. Fiquei curiosa! Quero resumo do Diskworld logo! Hehe. Abraços!

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    1. Discworld é mesmo fascinante, nunca me canso de recomendar!

      Farei mais resenhas da série em breve!

      Por hora, também tenho a resenha de Quando as Bruxas Viajam, que também pode ser lida no portal Sintonia Cult!

      A propósito, agora só posto resenhas por lá, na TAG Sobre Livros#

      http://www.sintoniacult.com.br/2016/03/sobre-livros-1-quando-as-bruxas-vaijam.html

      Obrigado pela leitura, abraço!

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