terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Queda de Arcádia - Capítulo 3

Saudações, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A Queda de Arcádia.
Se você não conhce o projeto, clique aqui para mais informações.

3- No acampamento dos bastardos

Se a disciplina era o grande diferencial das tropas negras de Lucian, a completa falta dela era o que marcava o acampamento dos bastardos sangrentos, à noroeste da Mata do Rio. Um agrupamento disforme de homens, barracas, cavalos e merda. Apenas a vanguarda de Rastler adentrou no acampamento, uma vez que o príncipe negro decidiu instalar-se num castro próximo.
Dentro do pavilhão principal, os mercenários discutiam:
- A porra de um torneio? - Falou um dos capitães, o velho Darl Boca Suja: - Tá dizendo que vai nos pagar pra lutar numa merda dessas?
- Não. - Rastler foi firme, da forma que era necessária ao comandar um grupo como aquele. - Apenas se vencermos o corpo a corpo. Dividirei o prêmio em partes iguais. Serão duzentas peças de ouro para a equipe vencedora.
- E quanto aos prêmios individuais? - Perguntou Henrik, comandante dos arqueiros.

A Queda de Arcádia - Capítulo 2

  Saudacões, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A queda de Arcádia. 
  Se você não conhece o projeto, clique aqui para mais informações.

2- A filha do conselheiro

  Agria estava no acampamento, traçando planos com os outros generais, quando recebeu a notícia da morte de seu pai. Haviam desbaratado o último grupo de rebeldes da fortaleza de Mor Krazt, e os sobreviventes fugiram para as florestas ao sul.
  - Mestre Arkley, - Dirigia-se ao mago, que viera da Ilhota dos Ventos há dois meses. Na casa dos trinta anos, Arkley ainda era jovem para um mestre, mas recebera o título do próprio rei após sua demonstração de bravura em batalha. - Forme grupos de batedores. Não podemos marchar com nossas tropas para o interior da floresta, mas também não podemos permitir que Ishtor fuja.
 Era verdade. A Floresta da Chuva já não era mais território de Arkana. Pertencia ao povo antigo, com quem as relações não eram tão amigáveis assim. No entanto, se Ishtor escapasse, com certeza voltaria cem vezes mais poderoso, e isso poderia representar perigo real ao reino.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Resenha - O Nome do Vento

  Saudações, aprendizes! Abrindo a seção de resenhas, hoje lhes trago O Nome do Vento, o primeiro livro da trilogia A Crônica do Matador do Rei.


sábado, 16 de janeiro de 2016

A queda de Arcádia: capítulo 1

Saudações, aprendizes! Este é o segundo post de série A queda de Arcádia.
Se você ainda não leu o primeiro, pode lê-lo clicando aqui.

1 - O despertar de Rastler de Rasíris


  Sonhou com uma donzela sardenta, de cabelos ruivos trançados até a cintura. Do alto da torre ela chamava seu nome, e ele, em sua juventude restaurada, corria pelas escadas de espada na mão derrubando um a um aqueles que se opunham ao seu amor. Já perdera o elmo e o escudo, e sangrava de diversos pontos sob a armadura esfarrapada, mas continuava. Cada vez mais forte e cheio de vontade, pois cada degrau para cima o levava para mais perto dela, e sabia que ela esperava por ele.
  - Jeren... - Disse, quando enfim cruzou a porta para a última sala, onde ela esperava-o, linda em um vestido azul. Sorriu ao vê-la, e correu para abraçá-la, beijá-la e amá-la.
  Mas ele estava ali também, em sua armadura de aço negro. Uma espada longa na mão. O

domingo, 10 de janeiro de 2016

Na teia da mulher aranha


Roger havia chegado cedo ao restaurante, mas sentia que estava valendo a pena. Era a primeira vez em dois anos que saía de novo. Com uma mulher, ao menos.
Claro que passou a semana toda tentando convencer seus amigos de que ela era real, não uma farsa. Tentava, acima de tudo, convencer a si mesmo. Afinal, sempre há esse risco quando se conhece alguém pela internet.
Deu o maior de todos os sorrisos quando ela entrou. Ela era muito mais linda do que pela tela do computador.
Sentiu-se com sorte.

Samanta reduziu a velocidade e estacionou. Desligou o motor e ficou escutando a chuva.
Dez minutos para as onze horas, era o que marcava o celular. Quase na hora.
Tateou o isqueiro de Jonatas no bolso. O noivo sempre havia fumado, mas perdia o isqueiro. Samanta sempre carregava um reserva. Velhos hábitos não morriam.
Estava começando a ficar nervosa.
Apagou os faróis, o que reduziu drasticamente sua visão da rua. No entanto, tinha certeza de que poderia ver o que precisava.
Abriu o porta luvas e pegou um bloco de notas e uma caneta. Abriu-o para mais uma

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Projeto: A queda de Arcádia - Prólogo

Saudações, aprendizes.

Este post marca o início do projeto A queda de Arcádia, minha série sobre a luta pelo poder no decadente reino de Arcádia.

Contar-lhes mais do que isso seria estragar a história. Portanto, mãos à obra:


PRÓLOGO: A tomada da Ilhota dos Ventos

Fragmento das memórias de sir Jonas Granrios


  Os Senhores do Rio viram quando Lorde Orion deu um soco na mesa, fazendo pequenos soldados de cobre espalharem-se pelo chão do salão. Suava muito através de suas feições redondas e vermelhas. Grossas bolsas negras estavam abaixo de seus olhos, reflexo das várias noites sem dormir

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Diálogo Interplanetário

  Num segundo, gritos. E então seu mundo girando ao redor, um turbilhão de cores e sons e cheiros e sabores, queimando enquanto congelava, como se experimentasse todas as sensações de sua vida de uma única vez.
  Ou como se tudo estivesse sendo sugado de si.

  Raquel abriu os olhos repentinamente, e deleitou-se naquele momento em que se acredita que o pesadelo acabou.
  Até que o viu, ao pé de sua cama, observando-a.

  O estranho.

  Era alto. Não saberia dizer o quão alto. De certo modo a precisão lhe escapava. E magro, como uma versão distorcida de um corpo humano esticado. Era incapaz de focar o rosto, mas tinha a certeza de ser observada.
  Vergonhoso. Uma doutora em exobiologia que não conseguia se concentrar na aparência de um ser

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sobre um certo baú...

  Saudações, e sejam bem vindos ao baú do arquimago, o melhor blog de...

  De quê mesmo?

  Bem, nada melhor do que uma história para esclarecer isso.

  Encontrei o baú por acaso, na ampliação da casa. Estava cavando um buraco e de repente senti aquele golpe de quando a pá acerta algo sólido. Droga de entulho, foi o que pensei enquanto jogava a pá, com raiva. 
  Decidi ir tomar uma água.

  Voltei com uma picareta, pronto para extravasar. Mas não era entulho. Era algo metálico. Levei o resto da tarde para desenterrar.
  Era um baú. Uma droga de baú velho. E grande. Devia caber uma pessoa dentro. E pesado como o mundo. Com um esforço titânico, consegui tirá-lo do buraco.
  Estava sujo, mas nada que um jato d'água não pudesse resolver. Não era feio, afinal. O artesão havia sido competente, principalmente no acabamento.

  Dava pra conseguir uma grana por ele.
  O problema é que não consegui abrir. Estava trancado com um cadeado de ferro do tamanho da minha mão. Parecia antigo, mas não tinha sinal de ferrugem. 
  Busquei uma serra. Quebrei a lâmina.
  Um pé de cabra. Fiz força até dizer chega.
  Nada.
  Levantei irritado e dei um bico no baú, o que serviu apenas para machucar meu pé.

  Quase desisti. Mas a curiosidade falou mais alto. Eu não poderia, afinal, vender o baú antes de abrir.
  E se o item em seu interior valesse mais do que o baú em si? Eu não poderia me perdoar por tal burrice.

  Passado um pouco a dor no pé, decidi me abaixar e inspecionar o cadeado. Para ver que tipo de tranca teria. Se fosse necessário uma chave, um chaveiro poderia resolver o meu problema, embora eu duvidasse muito. Quando o toquei, ouvi um estalo, e o maldito enfim se abriu.

  Foi de arrepiar. Sério. Aquelas coisas que só vemos em filmes, e dos ruins.
  Precisei das duas mãos para levantar a tampa. As dobradiças sequer rangeram.

  E, para meu assombro, estava cheio de...

                                                                                           ...papel.

  Toda a minha empolgação foi por água abaixo. Sentia-me um tolo por ter gastado um tarde inteira cavando, exausto por tentar abrir com o uso da força e com o pé doendo. Tudo isso por um punhado de papel velho.

  Tá certo, não um punhado. Estava cheio. Acho nunca vi tantas folhas soltas em minha vida. Algumas folhas eram velhas demais, prestes a desmancharem. Outras, amassadas ou rasgadas; ou ambos. Papel e mais papel.

  Estava quase fechando o baú quando uma última coisa me chamou a atenção.
  Havia ainda um livro. Era pequeno, mas não muito fino. A capa era de couro envelhecido, negra como a noite. Nela não havia nada escrito, sequer uma gravura ou símbolo.
  Resolvi abrir.

  Era uma espécie de códice, só que em formato de livro. Instruções para se decifrar um enigma.
  Muitas instruções. Mas talvez não fosse impossível...

  Peguei uma folha qualquer de dentro do baú. Estava manchada, de forma que apenas metade do conteúdo podia ser visto. Estava mesmo escrito numa espécie de código. Não havia como negar. Eu tinha algo interessante em mãos.

  Voltei minha atenção ao livro, para examiná-lo com mais atenção. Até que descobri um bilhete dentro. Uma pequena folha recortada, com não mais do que algumas palavras escritas.

  Com o códice e o bilhete em mãos, não havia como não tentar.
  Depois de algumas horas, eis o que descobri no bilhete:

  Caro aprendiz

  O que tem em mãos é nada menos do que o trabalho de minha vida. Se o baú abriu para você, é porque será capaz de desconstruir meu código. 

  Cada história que descobrirá dentre minhas anotações trata-se de um achado fortuito. Algumas eu vivi, mas estas posso dizer que foram poucas. Procurar por todas elas foi o que me manteve vivo por tanto tempo, me fazendo superar desafios aparentemente impossíveis. 

  No entanto, posso dizer, TODOS os relatos são verdadeiros. Não seria um contador de histórias bom se não verificasse.
  Há histórias das mais variadas. Desde pesquisas históricas até relatos de viajantes. Contos sobre heróis e vilões, mortais e deuses. Mundos que se floresciam enquanto outros acabavam. Amor, amizade e heroísmo, mas também ódio, tirania e traição.

  Estive em lugares que jamais poderia imaginar, e muitas vezes por histórias pouco interessantes.
  Algumas adquiri com facilidade, outras com suor e sangue.
  Por outras paguei, enquanto que algumas roubei.
  Mas no fim das contas todas se tornaram meus tesouros, meus maiores troféus.

  No entanto, nada dura para sempre.
  Tive de esconder o que me era tão precioso, e agora cabe a você, aprendiz, continuar este nobre trabalho.
  Mas cuidado, lembre-se:
  Algumas histórias deveriam ser deixadas em paz, como eu mesmo acabei descobrindo.

                                                                                                                         Boa sorte,
                                                                                                                      O Arquimago



  Foi difícil de acreditar, parecia uma brincadeira muito bem elaborada.
  Novamente retirei uma folha qualquer de dentro do baú.
  Poderia, no fim das contas, ser interessante.

  Tinha um novo trabalho pela frente.