sexta-feira, 8 de abril de 2016

Resenha - Os Olhos do Dragão

Saudações, aprendizes! Hoje com a resenha de Os Olhos do Dragão, de Stephen King!

Esta resenha também poderá ser lida no blog Sintonia Cult!

Capa da edição da Suma das Letras

Este texto pode conter spoilers que podem (ou não) estragar a sua experiência, se você não tiver lido o livro ou não estiver familiarizado com o enredo. Leia por sua conta e risco.


Título: Os Olhos do Dragão
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva/Suma das Letras
Ano de publicação no Brasil: 2002; 2013
Nº de páginas: 303

Sinopse: 
  Em Delain, um reino muito distante, viviam o rei Roland e seus dois filhos, Peter e Thomas. Roland não era o que se esperava de um rei. Apesar de se esforçar para não prejudicar seu povo, não conseguia realizar grandes feitos. Enquanto teve a seu lado a rainha Sasha, as coisas ainda corriam bem. Sasha preocupava-se com os habitantes de Delain e dava conselhos decisivos ao marido. Sua bondade conquistou o povo, mas alimentou o ódio de um perigoso inimigo - Flagg, o feiticeiro do reino.
  Um dia, de forma súbita e suspeita, a rainha morreu. Mas Flagg ainda não se dava por satisfeito. Tinha planos para dominar Delain e, para isso, precisava eliminar todos que estivessem no caminho. Antes de mais nada era preciso livrar-se do tolo Roland, depois afastar o jovem Peter e levar ao trono o pequeno Thomas - que Flagg tinha a certeza de conseguir controlar.

Resenha:
  
Os Olhos do Dragão é um livro muito especial pelos mais variados motivos, do qual posso destacar três: o motivo pelo qual foi escrito; a saída do escritor de seu lugar comum; e uma aula completa de estrutura de roteiro.
  
O primeiro nada mais é do que um fator pessoal do autor. Já famoso e com mais de dez livros no currículo, King resolveu criar essa maravilhosa fábula para que sua filha, na época uma criança, pudesse ler. O livro é dedicado a ela e até tem uma personagem chamada Naomi que, embora com pouquíssimo destaque, está lá.

 Em segundo lugar, neste livro temos a certeza da qualidade da escrita de King. Em Os Olhos do Dragão, o autor deixou seu estilo de lado para nos contar uma história de um modo diferente, "uma fábula da maneira que deve ser contada". Desde o Era uma vez no início até o modo de narração, em que nos sentimos uma criança, deitados na cama num dia de inverno e ouvindo a história da boca do próprio autor.
  Eu sei, isso deve ter soado assustador para quem conhece a escrita de King (Imagine ele ao lado da SUA cama, lhe contando, por exemplo, O Iluminado ou Jogo Perigoso). Mas com este livro tudo é diferente. O mal está lá, representado por Flagg, e vemos o quão terrível ele pode ser. Mas tudo naquele clima mais leve das fábulas e contos de fada.

  E quanto ao terceiro motivo, considero a obra como uma aula de estrutura de roteiro. A escrita é simples e fluída, e os primeiros capítulos servem para descrever os personagens. O que deveria ser chato se torna muito divertido e, quando a história começa de fato, nos sentimos parte dela. King insere informações importantes, na forma de pequenos detalhes, que assimilamos sem dar conta.
  E TODOS os elementos inseridos na primeira parte do livro são usados no decorrer da trama. Não há pontas soltas, não há furos de roteiro e nada fora do lugar.  A trama é bem desenhada e você sempre sabe para onde está indo, incapaz de para de virar as páginas.
  
  Os personagens foram muito bem trabalhados, e você passa a enxergá-los como pessoas reais, compartilhando seus medos, suas fraquezas, seus sonhos. É tudo muito palpável.  Mais um ponto para o autor.

Considerações finais

  Como livro, Os Olhos do Dragão tem a capacidade de agradar gregos e troianos (neste caso, fãs do King e não fãs). Claro, os mais fervorosos fãs da literatura de horror/terror podem torcer o nariz, mesmo porque não dá para agradar quem não está disposto a se abrir a novas possibilidades. De uma forma ou de outra, é um livro mais do que recomendado para qualquer fã de literatura fantástica, e também para qualquer escritor em início carreira ( e para MUITOS em fim de carreira também...). Como escritor, afirmo com toda a certeza que a obra pode nos divertir e nos ensinar ao mesmo tempo.
  E isso é raro.

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