Roger havia chegado cedo ao
restaurante, mas sentia que estava valendo a pena. Era a primeira vez em dois
anos que saía de novo. Com uma mulher, ao menos.
Claro que passou a semana
toda tentando convencer seus amigos de que ela era real, não uma farsa.
Tentava, acima de tudo, convencer a si mesmo. Afinal, sempre há esse risco
quando se conhece alguém pela internet.
Deu o maior de todos os
sorrisos quando ela entrou. Ela era muito mais linda do que pela tela do
computador.
Sentiu-se com sorte.
Samanta reduziu a velocidade
e estacionou. Desligou o motor e ficou escutando a chuva.
Dez
minutos para as onze horas, era o que marcava o celular.
Quase na hora.
Tateou o isqueiro de Jonatas
no bolso. O noivo sempre havia fumado, mas perdia o isqueiro. Samanta sempre
carregava um reserva. Velhos hábitos não morriam.
Estava começando a ficar
nervosa.
Apagou os faróis, o que
reduziu drasticamente sua visão da rua. No entanto, tinha certeza de que
poderia ver o que precisava.
Abriu o porta luvas e pegou
um bloco de notas e uma caneta. Abriu-o para mais uma