Estava entediado. Era sempre um tédio no seu turno da guarda. "
Como se alguém fosse aparecer". A entrada do esconderijo ficava atrás das colinas, numa reentrância que permitia que o guarda pudesse ver qualquer intruso se aproximar.
Colocou mais lenha na fogueira. Se alguém passasse na estrada veria a fumaça por detrás das colinas, mas não importava. Ninguém passava naquela estrada tão tarde da noite.
Largou o machado e sentou-se. Duas garrafas de hidromel o aguardavam.
Saboreou a primeira.
"Muito melhor do que aquele vinho de Edeni". Os edenianos que os haviam contratado bebiam um vinho tão vermelho que parecia sangue.
"O vinho deles pode ser ruim, mas o ouro é tão bom quanto qualquer outro". Sentia-se bem. Estava recebendo oito moedas por dia, o dobro do que qualquer mercenário nas redondezas.
"Ao ouro edeni". Ergueu a garrafa, brindando consigo mesmo, feliz.
Até que uma flecha atravessou-lhe a garganta.